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  Clique aqui para ler o artigo que previu o local e a magnitude do terremoto de 27 de fevereiro no Chile.

"Outras regiões poderão se romper no futuro próximo"

Em entrevista realizada da França por e-mail, o sismólogo Jean-Claude Ruegg, coordenador da pesquisa, conversou com exclusividade com o Portal Geofísica Brasil.

Como deve ser o comportamento correto de um cientista que pode prever tragédias?

É impossível fazer um alerta preciso em termos de tempo. Infelizmente outras regiões do Chile estão apresentando essa lacuna sísmica (gap) que poderá se romper no futuro próximo. O mapa (abaixo) mostra o local do epicentro do evento de 27 de fevereiro de 2010, mas também duas outras áreas de lacunas (gap): Arica, ao norte e La Serena-Copiapo (ao norte da capital, Santiago).

Poderia dar mais detalhes?

A lacuna de Arica foi completamente rompida em 1877, entre Mejillones e Arica num evento grande de dimensões comparáveis ao de fevereiro último em Maule. Tensões acumuladas foram parcialmente liberadas pelo evento de Antofagasta (1995) de magnitude 8.1 e pelo terremoto de Tocopilla (2007) de magnitude 7.7, mas toda essa área norte parece madura para um futuro terremoto.

A área de Copiapo sofreu um grande terremoto (Mw=8.5) em 1922, mas a atividade sísmica foi reativada pelo evento de Punitaqui (1977) de magnitude 7.5 e as tensões estão em fase de reacumulações de modo que esta área pode também apresentar novas atividades sísmicas em um futuro próximo.

Qual foi o grau de interesse da Mídia chilena, da população e das autoridades locais sobre a sua pesquisa?

Desde a ocorrência do terremoto, tenho recebido muitas manifestações de interesse de pessoas do Chile por causa dos artigos que eu e meus colegas publicamos nas revistas científicas. Os pesquisadores que participam desse projeto de pesquisa que envolve cientistas da França e do Chile comunicaram-se com as mídias locais e com muita frequência e aconselharam as autoridades chilenas sobre possíveis terremotos e a sismicidade da região. Mas infelizmente, como conhecemos bem a atividade, os sismólogos não podem prever com exatidão o momento exato de um evento tão grande como o que ocorreu porque a ruptura é um processo caótico e instável.

Alguma medida prática foi adotada naquele país para reduzir os possíveis impactos?

A Engenharia sísmica é muito bem desenvolvida no Chile e o Departamento de Engenharia Civil da Universidade do Chile conta com cientistas de reconhecimento internacional que estão estabelecendo regras de construção e conselhos para as autoridades chilenas.

Onde você se encontrava no momento e como você se sentiu ao receber a notícia?

Estou aposentado da Universidade francesa e estava em casa no Sul da França. Porém, vários de meus colegas estão atualmente no campo em torno de Concepcion instalando instrumentos sísmicos a fim de entender melhor o evento e eu permaneço em contato com eles por e-mail.

Quais serão os próximos passos dessa pesquisa?

Em cooperação com institutos chilenos nossa equipe faz medições geodésicas (GPS) desde 1996 naquela área. Também participaremos da instalação de uma rede temporária de sismógrafos dedicados para localização precisa dos aftershocks (repiques) e o monitoramento da crise em andamento.

O acordo de cooperação científica internacional entre França e Chile ainda vigora?

Sim, o acordo sobre sismologia pelo Laboratório Internacional Associado (LIA) "Montessus de Ballore" ainda existe. Ele representa uma estrutura internacional criada em 2006 pela Universidade do Chile, em Santiago, o Instituto Nacional de Ciências do Universo e Centro Nacional de Pesquisa Científica da França (CNRS/INSU). Ele inclui pesquisadores e investigadores da França e laboratórios chilenos e seu principal objetivo é o estudo de placas sismotectônicas ativas no Chile.

Você acredita que a ocorrência do terremoto 27 de fevereiro de 2010 no Chile validou a sua pesquisa?

Leia o arquivo que enviei.(download aqui)

Gostaria de acrescentar alguma sugestão ou comentário adicionais?

Sim. Quem quiser se aprofundar no assunto, sugiro visitar estes links.

http://www.ipgp.fr/pages/040115.php

http://www.geologie.ens.fr/~vigny/chili-f.html

http://www.insu.cnrs.fr/a3428,seisme-concepcion-chili-27-fevrier-2010.html

E também podem entrar em contato com meus colegas franceses e chilenos:

  • Jaime Campos: professor associado do  Departamento de Geofisica, UCHILE: Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.
  • Sergio Barrientos: Diretor do Serviço Sismológico da Universidade de Chile Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.
  • Christophe Vigny, ENS-CNRS Paris France: Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.
  • Raul Madariaga, ENS-CNRS Paris France: Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.
  • Robin Lacassin, Institut de Physique du Globe Paris, laboratoire de Tectonique: Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.
  • Rolando Armijo, Institut de Physique du Globe Paris, laboratoire de Tectonique: Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.

 

 
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