Tremores na terra voltaram a ser sentidos em alguns municípios do Agreste e da Zona da Mata de Pernambuco nesta quinta-feira (25) e devem se manter nos próximos dias, conforme explicou o técnico em geofísica do Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis/UFRN), Eduardo Menezes. O epicentro dos abalos continua entre os municípios de São Caetano e de Caruaru.
Ainda conforme Menezes, não há previsão de quando irão acabar. “Por conta da evolução da atividade sísmica que está ocorrendo na região, deve continuar havendo esses tremores nos próximos dias”, declarou o geofísico, que não soube precisar quando eles devem acabar. “Faz parte do mecanismo do planeta”, explicou. Os dois técnicos do LabSis/UFRN retornam para Natal nesta quinta, onde farão relatório detalhado sobre a ocorrência. Não houve vítimas. Apenas rachaduras em algumas casas antigas em São Caetano, conforme vistoria dos profissionais.
No início da tarde desta quinta, foram sentidos abalos sísmicos perceptíveis à população nas mesmas regiões do Estado. O grau desses últimos tremores foi de 2.3 graus na escala Richter. Na madrugada desta terça, às 2h03, ocorreu trepidação de 2.0 na escala Richter. Por volta das 22h48 da última quarta-feira (24), o tremor foi de 2.2. Os abalos começaram na última terça-feira (23) e registraram um pico de 3.8 de magnitude, cuja probabilidade é que tenha atingido até 4 km de profundidade, algo comum naquela região.
Em 2006, foi registrado o maior abalo sísmico na região: 4,0 pontos na escala. Segundo os técnicos, para que haja real prejuízo, é preciso 5 graus na escala Richter.
LabSis-UFRN deve elaborar relatório
Dois técnicos do Laboratório Sismológico (LabSis) da UFRN visitaram São Caetano e Caruaru (PE) e deverão fazer um relatório sobre os abalos sísmicos.
Rachadura é observada em uma das casas atingidas pelo tremor em São Caetano (Flauber Carlos/LabSis-UFRN/Cortesia)
Dois técnicos do Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis/UFRN) visitaram, nesta quarta-feira (24), os principais municípios do Agreste do Estado atingidos por abalo sísmico ocorrido na tarde da última terça-feira (14). Os profissionais farão um relatório detalhado com a descrição do que ocorreu.
De acordo com o técnico em geofísica, Eduardo Menezes, os tremores não podem ser previstos antecipadamente por equipamentos. A probabilidade é de que tenha atingido até 4 km de profundidade, algo comum na região. Em conversa com o Portal FolhaPE, o servidor do LabSis e professor da UFRN, os sismos ocorrem por falhas geológicas que entram em atividade. São Caetano foi o município em que houve o epicentro da trepidação e foi para lá que Menezes e o técnico em laboratório Flauber Carlos se dirigiram.
“Pudemos observar, só em São Caetano, algumas fissura em casas antigas, mas não foram muitas as residências atingidas”, explicou Menezes. Ele informou que o centro dos abalos sofridos na última terça encontra-se em área rural. “Não houve fissuras em solo”, complementou o técnico. Nesta noite, ambos os servidores chegaram a Caruaru, mas já devem retornar a Natal nesta quinta-feira (25). Nesta terça, o Corpo de Bombeiros afirmou que não houve reclamação por danos nos locais onde houve o abalo. Não houve vítimas. O LabSis mantém 50 estações de monitoramento no Nordeste.
Mapa de localização epicentral: o epicentro do maior evento está em vermelho (Divulgação/LabSis-UFRN)
Tremor
O tremor foi sentido por vários municípios além de Caruaru e São Caetano: Brejo da Madre de Deus, Belo Jardim e Toritama, são exemplos no Agreste, além de Palmares e Belém de Maria, na Zona da Mata. De acordo com o LabSis/UFRN, a unidade chegou a receber algumas notificações do Recife. Os moradores desses locais se assustaram com o abalo, que chegou a uma magnitude de 3,8 graus na Escala Richter, classificado de baixo potencial para provocar danos à população. Em 2006, foi registrado o maior abalo sísmico na região: 4,0 pontos na escala. Segundo os técnicos, para que haja real prejuízo, é preciso 5 graus na escala Richter.
Sismograma do dia 23/02/2016 da estação NBCA podendo ser visto o registro de diversos eventos, inclusive o de maior magnitude. (Cortesia Labsis-UFRN - Clique na imagem para ampliar o sismograma)
A primeira trepidação foi sentida por volta das 15h35. Foi computado, ainda, tremor com 3,1 graus às 13h27. Das 11h21 às 21h15, foram mais de 85 sismos, porém de pequena gravidade e, por isso, a população não chegou a perceber. Os habitantes sentiram, ainda, outros sete tremores menores, com magnitudes entre 2 e 3 graus.
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