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Mesa-redonda debate mercado de trabalho de geofísica
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- Criado em 14/11/2013
Aproximar estudantes do mercado de trabalho é o objetivo de eventos como a II Semana de Geofísica da Universidade de Brasília, realizada no início de novembro na capital federal. O encontro foi iniciado por uma mesa redonda sobre Mercado de Trabalho de Geofísica.
Participaram, na ocasião, o Prof. Dr. Augusto César Bittencourt Pires (fundador do curso de Geofísica na UnB), o Prof. Dr. Marco Ianniruberto (coordenador do curso de Graduação em Geofísica da UnB), a Profa. Dra. Adriana Chatack (representante do IG no Decanato de Extensão), o Dr. Francisco Aquino (Presidente da Sociedade Brasileira de Geofísica), o Prof. Dr. Roberto Ventura (Diretor de Geologia e Recursos Minerais da CPRM), o jornalista Fernando Zaider (editor do site Geofísica Brasil), e o Dr. Álvaro Gomes (Petrobrás).
Aproximar os estudantes do mercado de trabalho é o objetivo da Sociedade Brasileira de Geofísica (SBGf) ao patrocinar eventos como a Semana de Geofísica em universidades públicas brasileiras. Francisco Aquino, presidente da entidade, lembrou que a profissão de geofísico ainda não foi regulamentada, mas que a SBGf vem apoiando a luta pelo reconhecimento legal da profissão há muitos anos. Aquino mencionou a necessidade de mobilizar as áreas de interesse como universidades, professores, estudantes e profissionais de empresas para pressionar o Senado a aprovar a proposta. As dificuldades para esta aprovação, segundo o presidente da SBGf, são causadas por "lobbies mais ativos, ligados às áreas de engenharia, que discordam do projeto e são contrários à regulamentação da profissão de geofísico".
"Eles acham que a atribuição de regulamentar a profissão de geofísico deveria ser do sistema CREA/Confea. Por serem entidades mais ativas, conseguem ser mais influentes e fazer um lobby mais eficaz", explicou Aquino, advertindo para a possibilidade de o projeto perder o prazo de tramitação e caducar por exceder o limite de tempo para sua aprovação.
Geofísica ajuda a conhecer o Brasil
Para o diretor de Geologia e Recursos Minerais do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Roberto Ventura, por sua vez, disse que o geofísico de interpretação deve saber fazer a ponte entre a geofísica e a gelogia, já o especialista de processamento deve estabelecer a ligação da física com a geofísica. Recomendou aos alunos presentes à mesa-redonda que procurassem adquirir um excelente embasamento de matemática e física. Ventura aposta no papel da geofísica para ajudar a ampliar o conhecimento do Brasil.
Ventura destacou que a quantidade de dados geofísicos é enorme e classificou o processamento e a interpretação de dados como áreas críticas ao processo de conhecimento da geologia brasileira.
"São estes profissionais que dão vida aos dados. Precisamos criar novas rotinas de processamento e interpretação. A área de instrumentação também é um mercado enorme. Tudo no Brasil é importado. Temos que reverter isto", comentou o diretor da CPRM.
A geofísica aérea, a ampliação do mercado de geofísica terrestre, a realização de levantamentos em áreas de risco geológico e em aplicações de geoengenharia estão também entre as oportunidades citadas por Roberto Ventura em sua intervenção na mesa redonda sobre Mercado de Trabalho do Geofísico. O diretor mencionou também as aplicações oceânicas na Plataforma Continental e em áreas internacionais e qualificou como "grande desafio" melhorar o conhecimento existente sobre a Dorsal Meso-Oceânica, onde está o arquipélago de São Pedro e São Paulo.
Desafios futuros e exigências do mercado
Para o coordenador do curso de Graduação de Geofísica da UnB, prof. Marco Ianniruberto, melhorar a formação do geofísico no Brasil passa necessariamente pela unificação dos currículos dos 11 cursos universitários oferecidos no país. Segundo o professor, a título de exemplo da grande diferença existente, alguns cursos duram oito semestres enquanto outros duram dez semestres.
"Precisamos formar profissionais mais capacitados para interpretação e processamento e que possam trabalhar não apenas no mercado nacional mas também no global," afirmou Ianiruberto, acrescentando ainda que será necessária uma abertura, através de análise mais profunda, para formar currículos calcados nos desafios futuros e nas exigências do mercado, além de um investimento forte na área de computação.
Oportunidades em exploração mineral
O prof. Augusto Pires finalizou a mesa-redonda com um trabalho sobre os desafios para os gefísicos em exploração mineral. Para o professor, o gefísico tem condições para guiar e focar a exploração e apoiar as decisões comerciais das empresas de prospecção mineral.
Segundo Pires, existem grandes oportunidades em geofísica de exploração mineral para a descoberta de novos depósitos no Brasil e no exterior. "95% dos depósitos minerais aparecem na superfície e a taxa de sucesso de descobertas caiu. Os depósitos estão ficando mais pobres em teores e o conhecimento do geofísico e o instrumental da geofísica pode ampliar as perspectivas desta atividade", afirmou Pires.
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