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Foto: Romildo de Jesus

A recente queda no preço do barril de petróleo faz ascender a necessidade da cooperação entre as empresas do setor e as instituições de ensino para o desenvolvimento de pesquisas em torno do “ouro negro”. E, nesta sexta-feira (22), marcou o início de uma dessas parcerias envolvendo a Universidade Federal da Bahia (Ufba) e a produtora petrolífera BG Brasil, com a inauguração do novo Centro de Excelência em Geoquímica do Petróleo.

Localizado no Instituto de Geociências (IGEO) da Ufba, no Pavilhão de Aulas da Federação (PAF), o laboratório possui uma das estruturas mais avançadas em termos de pesquisa e extensão, podendo servir aos alunos de graduação dos mais diversos cursos no qual a cadeia do petróleo é objeto de estudo. O projeto é resultado do investimento de R$ 11 milhões disponibilizados pela BG, via Cláusula de Investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento da Agência Nacional de Petróleo (ANP).

O equipamento é o primeiro centro brasileiro para pesquisas aberta a indústria da área, e que poderá atender às necessidades de empresas da cadeia de petróleo. “A parceria é uma escolha nossa e uma crença de que os desafios da indústria de óleo e gás são tamanhos, e dependem cada vez mais de um conhecimento específico e especializado, que seria muito difícil uma instituição sozinha congregar”, afirmou o gerente de parcerias para P&D; e Inovação do Grupo BG, Giancarlo Ciola.

Os projetos conduzidos no laboratório permitirão avanços tanto para a academia quanto para a indústria, possibilitando correlacionar a composição química de rochas, sedimentos, água e espécies marinhas às áreas mais apropriadas à existência de acumulações de petróleo e gás, como no pré-sal. O novo equipamento do IGEO poderá impactar diretamente no ensino de graduação em cursos como as engenharias química e de petróleo, geologia, química, biologia e oceanografia.

A estrutura e aparelhagem do novo centro também contribuirão para a pesquisa nos cursos de pós-graduação de mestrado e doutorado nas áreas de química, biologia, geologia, geofísica e geoquímica do petróleo. Os recursos necessários para o desenvolvimento dos projetos – e também para a manutenção e funcionamento do laboratório – tem origem em uma regulação que as empresas do setor, junto à ANP, devem cumprir, ao investir 0,95% dos royalties do petróleo em centros de pesquisas delas próprias, ou de instituições de ensino.

Tecnologia vai permitir realizar análises laboratoriais

Sob o ponto de vista tecnológico, um dos principais ganhos, de acordo com o coordenador do novo centro, o professor Antônio Fernando Queiroz, é possibilidade de realizar análises laboratoriais que, normalmente, só existem em empresas do segmento, a exemplo da pirólise de Rock Eval e biomarcadores. “Isso significa que você tem o DNA de determinados óleos (petróleos) para fazer a identificação destes mesmos óleos como no caso de um derrame de petróleo na costa da Bahia, por exemplo”.

Esta identificação, segundo o coordenador, é necessária para detectar a origem daquele produto, e a que navio, ou a que companhia/empresa ele pertence. Esse material, atualmente vai sempre para o Centro de Desenvolvimento e Pesquisa (Cenpes) da Petrobrás. “Mas hoje, com o centro, nós já estamos em condições de fazer esse tipo de processo analítico”, destacou.

O leque de possibilidades, contudo, é muito maior do que apenas o estudo do petróleo. “Como nosso mestrado é Geoquímica, Petróleo e Meio Ambiente, nós tentamos buscar toda a ligação dessa relação do petróleo com o meio ambiente. Ou seja, deverá se investir nas situações de petróleo, mas em situações das mais variadas possíveis”, ressaltou Antônio Fernando.

Para o vice-reitor da Ufba, Paulo César Miguez, o novo centro reafirma uma tradição na relação da universidade com a indústria do petróleo e da energia que remonta aos tempos de exploração do primeiro poço brasileiro, no bairro do Lobato, em Salvador, no ano de 1941. “A Escola de Geologia é de 1957, mas antes da escola, a universidade ofereceu cursos de pós-graduação à engenheiros da Petrobrás, portanto à uma relação antiga que não  se materializa apenas nesse centro, mas certamente pela qualidade com que esse projeto foi trabalhado”.

Tribuna da Bahia - 22/01/2016 - Matheus Fortes

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